O mundo dos investimentos possui muitos jargões extremamente populares, mas que podem confundir um pouco a cabeça daqueles que ainda não estão muito habituados com esse universo.
Se você é um iniciante dentro do mundo burocrático dos negócios, provavelmente uma das palavras mais faladas, e ao mesmo tempo mais confusas, seja a famosa liquidez.
O termo liquidez é usado para definir a facilidade de transformar um ativo em dinheiro na sua mão. Em resumo, é a facilidade de conversão direta de um bem material em dinheiro.
Quer um exemplo prático? Vamos supor que você possui vários bens, sendo que alguns deles podem ser convertidos em dinheiro através de uma venda, como uma casa ou um carro. Eles têm baixa liquidez.
Quer entender um pouco sobre liquidez? Ao longo desse artigo vamos explicar um pouco sobre a diferença entre alta e baixa liquidez e responder algumas dúvidas sobre o tema. Vamos lá?
O que é alta e baixa liquidez?
Você já entendeu que liquidez é o quão rápido você consegue transformar um ativo em dinheiro vivo, não é mesmo? Mas, na prática, você sabe o que é um ativo? Podemos definir ativo como um bem que pode lhe dar retorno financeiro.
Podemos considerar ativo qualquer tipo de investimento, como ações de uma empresa ou poupança, como também um imóvel, seja ele com uma casa construída ou só o terreno.
Todo ativo pode ter liquidez, seja ela mais baixa, ou mais alta.
1 – Alta liquidez
Em síntese, quanto mais rápido você consegue transformar um ativo em dinheiro, mais alta é a liquidez dele.
Os investimentos em DEBÊNTURES podem ou não possuir carência. Quando você pede o resgate do investimento, basta poucos dias para o valor investido ser liquidado e encaminhado para sua conta. Consequentemente, ele tem alta liquidez.
Tesouro Selic ou aplicações em renda variável, como ações da bolsa, também podem se encaixar no conceito de alta liquidez.
2 – Baixa liquidez
Quanto mais tempo demora para transformar um ativo em dinheiro, mais baixa é a liquidez.
Vamos supor, por exemplo, que você tem um apartamento à venda por R$350 mil. Até encontrar um comprador pode levar meses ou até anos. Ainda é preciso levantar a documentação necessária e atender outras burocracias. Isso é baixa liquidez.
Além disso, eles podem sofrer uma redução no valor para serem liquidados rapidamente, o que é chamado de risco de liquidez.
Tipos de liquidez
A liquidez é definida de acordo com o tempo necessário para seu investimento se transformar em dinheiro na conta. Dito isso, podemos dividir a liquidez em quatro tipos distintos:
- D+0: pedindo o resgate hoje, o dinheiro estará na conta até o final do dia, no máximo. A poupança é um exemplo desse grupo;
- D+1: você pede o resgate hoje e em até 1 dia útil o dinheiro fica disponível na conta. Os CDBs e títulos públicos são exemplos;
- D+30: o valor entra na conta em 30 dias após a solicitação. São exemplo os fundos como multimercados e fundos de ações;
- D+60: o valor volta para a sua conta em até 60 dias depois da solicitação.
Leia também: 5 riscos de investir em ações e como equilibrá-los utilizando a renda fixa
Importância da liquidez
Independente do seu poder financeiro, cedo ou tarde vai precisar de dinheiro para realizar algum plano ou ação.
Consequentemente, é importante planejar onde colocar seus recursos para poder ter sempre dinheiro suficiente disponível, inclusive, numa situação inesperada.
Risco de liquidez
Quando optamos por colocar o dinheiro em um bem ou investimento, podemos precisar daquele recurso por algum motivo inesperado e corremos o risco de não conseguir resgatar o dinheiro de forma rápida o suficiente.
Como já foi dito anteriormente, isso é o que chamamos de risco de liquidez. Para minimizar esse risco, é importante se planejar para ter recursos disponíveis quando necessário.
Liquidez dos investimentos
Para acompanhar a liquidez nos investimentos, é preciso lembrar daquilo que explicamos no começo do artigo, a alta e baixa liquidez.
Além disso, precisa ter em mente três conceitos importantes para conseguir avaliar se um investimento tem alta ou baixa liquidez:
- Carência: período em que você não poderá sacar o seu dinheiro;
- Vencimento: período em que você deve deixar o dinheiro investido para ter o rendimento prometido na compra;
- Prazo de resgate: é o período entre a solicitação de resgate e o recebimento do dinheiro.
Prazos grandes, com menor liquidez, não é necessariamente ruim. Investimentos de baixa liquidez tendem a ter rendimentos maiores.
O que importa de verdade no final das contas é entender como a liquidez do produto funciona para decidir se ela se encaixa ou não no seu planejamento.
Liquidez X rentabilidade
Rentabilidade é o lucro advindo de algum ativo. Em contraste, liquidez é a velocidade com a qual se transforma um ativo em dinheiro vivo. Consequentemente, elas não são a mesma coisa.
Mas, qual delas é a mais importante para você? A resposta depende do seu objetivo final. Se você deseja aplicar o dinheiro para fazer uma festa com a sua família, por exemplo, a liquidez vai pesar menos do que a rentabilidade.
Afinal, você já tem um prazo para resgatar suas economias, podendo escolher por investimentos com o prazo de vencimento próximo à data da festa ou aplicações sem prazo de vencimento.
Em contraste, se o seu objetivo é trocar de computador em seis meses, o melhor é optar por aplicações com a liquidez mais alta e uma carência menor.
Por isso é importante se planejar pois, ao estabelecer metas de curto, médio e longo prazo, fica mais fácil saber o que priorizar, liquidez ou rentabilidade.